Ontem, me confessaram que esperavam ler coisas "ardentes", "picantes"... E, ainda, que esperavam ler tais coisas em meu tão querido blog. Infelizmente, serei obrigada a desapontar todos esses que confessaram-me tais coisas. Desapontarei para evitar a mentira. Já que não houve, de ontem para hoje, nada ardente... tampouco picante.
Eu sei que contando isto logo no começo, corro o risco de perder você, meu querido leitor. Mas é melhor que eu diga no começo do que no fim ou ainda que não dizer! Assim, você tem todo o texto para se acostumar com a ideia e pode sair daqui menos frustrado com a surpresa.
Como eu já estava dizendo...Contarei, apenas, o que me ocorreu. Começo dizendo que hoje foi um dia agitado repleto de deveres e obrigações chatas que são extremamente... er... que palavra uso para evitar a repetição? Ah, pouco importa! Vai esta mesmo repetida que me dá menos trabalho para pensar... Hoje foi um dia agitado, repleto de deveres e obrigações chatas que são extremamente chatas de se descrever.
Entretanto em um dia chato, algo chato chamou-me a atenção.
Na fila onde encontrariam eu e minha mãe a espera de atendimento, bem lá na frente, na verdade, havia um menino de uns 4, 5 anos a pedir um chocolate para a moça do caixa. Entregava alguma nota de dinheiro dada pela mãe e recebia, logo o cupom para ter o doce. Ansioso, o menino ia logo ao balcão seguinte onde retiraria "o pedido". E digo "logo" porque foi logo mesmo. Fora correndo, bem depressa...
A mãe o cortou tão depressa quanto pode. "Pegue o troco com a moça, antes", dizia ela.
O menino voltou, todo obediente, assim que recebeu a censura. Mas, frente ao caixa, já se encontrava um senhor que devia beirar seus 70 ou, chutando alto, 80 anos.
O garoto não hesitou com o pequeno problema. Simplesmente, aprendeu, na prática, uma das leis da física... aquela que diz que dois corpos não ocupam o mesmo lugar ao mesmo tempo. A criança não pensou muito. Empurrou depressa o senhor e ocupou seu lugar.
A mãe o censurou novamente. "Peça licença! Não empurre...", falava ela calmamente.
Respondendo aos pedidos da mãe... o menino, após empurrar o senhor, disse, então, "Licença!" - uma fala curta e extremamente breve - manteve-se no lugar que havia tirado do homem.
O idoso olhou pasmado para o menino e não respondeu. Não disse nada como "Tens toda a licença do mundo" ou ainda "Certo, mas peça primeiro licença e, quando eu te der espaço, venha para a fila...". Ficou calado olhando com uma desaprovação gigantesco esperando que o menino - que, nem mesmo, deveria ter aprendido a ler - lesse seu olhar.
O menino recebeu o troco, pegou o doce e saiu dali contente. Afinal, iria se deliciar com a gostosura que acabara de ganhar.
O idoso manteve o olhar pasmado como se tivessem ferido o orgulho dele vagarosamente com uma faca gigantesca que lhe atrevessava seu peito todo estufado.
Mais tarde, veio minha mãe repetir-me a história. Dizia os olhos do idoso gritavam algo como "Criança mal criada!" e que os dela responderam em seguida "Velho ignorante!"
Pedi para que me explicasse o por quê de tal afirmação... Disse-me ela que ele deveria compreender que o menino estava em fase de aprendizagem e que, com o tempo, saberia se portar na fila a partir das censuras da mãe e da sociedade.
Fiquei a me perguntar se o idoso não fazia parte da sociedade dita... Cheguei a conclusão que, sim, fazia! E se, ao censurar o menino com os olhos, ele não estava ajundando o garoto a melhor se portar. Parecia estar... Se fosse assim, o homem não seria lá ignorante. Seria, na verdade, justamente, o oposto disso! Seria sábio, muito sábio! Sábio e bondoso!
Bondoso? Bondoso com aquele ar orgulhoso? Bondoso e sábio com aquele modo de desaprovação seguido de um silêncio indifente?
Não, bondoso não era! Tampouco sábio...
Deste modo, creio que a afirmação de minha mãe não é lá muito boa... Mas necessito de uma boa afirmação para fingir ter uma opinião formada sobre o ocorrido.
Dizem alguns que é muito importante ter uma opinião formada sobre tudo. O que digo sobre estes dizeres? Nada! Não tenho opinião sobre isto!
Sendo assim, não me acho digna a ponto de criar uma afirmação sozinha para aquela tal situação. E na falta de uma melhor, uso a afirmação do tal homem!
Menino mal criado!
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Criança mal criada! Velho ignorante!
Escrito por
triice mayumi
às
13:51
relacionado com:
criança,
idoso,
sociedade
0
opiniões
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Do título
Escrito por
triice mayumi
às
09:11
Com honra, imito Dom Casmurro. Começo a história explicando seu título.
Pode ser que seja errado copiar pessoa qualquer e, se for, eis aqui a minha primeira confissão: copiei, imitei, plagiei. Fiz tudo isso! Todavia, não creio que o grande Machado de Assis se zangaria com tal plágio. Afinal, ele era bem a frente de seu tempo. Talvez, o bastante para admitir as tão populares cópias. E como qualquer bom autor, deve gostar de ter sua obra, ligeiramente, mais divulgada.
A minha única certeza é que, sendo um autor defunto, Machado não reclamará...usando e abusando, assim, de seu eterno e louvado direito de ficar calado.
Perdoe-me, vivo leitor, pela pequena cópia. Em minha defesa, digo que busquei com todos meus amigos alguma boa ideia para criar o inicio deste blog. E, na falta de ideia qualquer, peguei uma já pronta, formulada e muito bem escrita... imaginando fazê-la minha ao adaptar uma ou, no máximo, cem palavras do célebre texto.
Não se assuste! Não contarei a clássica história de Bentinho e Capitu. Sou plageadora, sim, mas nem tanto.
Conto esta outra de uma menina de cabelos bem negros e olhos visivelmente puxados. Chama-se Beatriz.
Confesso que eu adoraria continuar a história... em terceira pessoa. Existem apenas duas coisinhas que me impedem de fazê-lo. A primeira é que me doem os ouvidos falar de mim mesma na terceira pessoa. E, a segunda é que diferente do blog, este post não foi feito para contar minha história e, sim, falar do título.
Ah, sim... O título! Como pude me esquecer do principal tema do post? Vejamos...
Pode ser que seja errado copiar pessoa qualquer e, se for, eis aqui a minha primeira confissão: copiei, imitei, plagiei. Fiz tudo isso! Todavia, não creio que o grande Machado de Assis se zangaria com tal plágio. Afinal, ele era bem a frente de seu tempo. Talvez, o bastante para admitir as tão populares cópias. E como qualquer bom autor, deve gostar de ter sua obra, ligeiramente, mais divulgada.
A minha única certeza é que, sendo um autor defunto, Machado não reclamará...usando e abusando, assim, de seu eterno e louvado direito de ficar calado.
Perdoe-me, vivo leitor, pela pequena cópia. Em minha defesa, digo que busquei com todos meus amigos alguma boa ideia para criar o inicio deste blog. E, na falta de ideia qualquer, peguei uma já pronta, formulada e muito bem escrita... imaginando fazê-la minha ao adaptar uma ou, no máximo, cem palavras do célebre texto.
Não se assuste! Não contarei a clássica história de Bentinho e Capitu. Sou plageadora, sim, mas nem tanto.
Conto esta outra de uma menina de cabelos bem negros e olhos visivelmente puxados. Chama-se Beatriz.
Confesso que eu adoraria continuar a história... em terceira pessoa. Existem apenas duas coisinhas que me impedem de fazê-lo. A primeira é que me doem os ouvidos falar de mim mesma na terceira pessoa. E, a segunda é que diferente do blog, este post não foi feito para contar minha história e, sim, falar do título.
Ah, sim... O título! Como pude me esquecer do principal tema do post? Vejamos...
"Meu estranho confessionário"
Receio, agora, que eu deva explicar o título do blog a você. Que ideia mais besta foi a minha de plagiar Machado sem ter uma boa explicação do título em mente! Mas agora é tarde! Já digitei este texto todo e seria trabalhoso demais apagá-lo, procurar outra ideia, começar tudo de novo... Deus, só de pensar, já me canso.
Vejo duas saídas: ou conto-lhe a história que me levou ao título; ou explico-lhe cada palavra que o forma.
Bem, não existe uma boa história por trás do título. De modo que explicar-lhe todas as palavras parece mais fácil que inventar uma história para depois confessar a mentira.
Deixe-me começar...
"Meu estranho confessionário"
1 - Meu
Meu porque eu o fiz. Eu o domino. Nele, eu confesso. É a parte egoísta do título. Mas como ter um título não-egoísta sendo a pessoa mais egoísta do mundo?
2- Estranho
Normalmente, as pessoas arrumam casas com amigos ou familiares para servir de confessionários. As vezes, ainda igrejas com aquelas salinhas bem pequenas e padres com vozes desconhecidas. Faço algo distinto do normal. Faço de um blog o meu confessionário. Não que isso seja melhor ou pior que a mediocridade geral... É, simplesmente, estranho.
3- Confessionário
E confessionário porque o usarei para confessar-lhe meus piores pecados, minhas piores tentações. Mas não só os piores como, também, os melhores. Contarei a ti, todos os meus pecados sem excesão alguma... Desde os mais penosos até os mais ardentes e deliciosos deles.
Confessarei tudo tentando não ser julgada por confissão alguma como, supostamente, ocorre nos confessionários menos estranhos.
Assinar:
Postagens (Atom)