terça-feira, 23 de novembro de 2010

Olhos...

Aqueles olhos estavam começando a me assustar, mesmo sendo olhos tão tristes. Algo me incomodava no modo em que me fitavam. Eu tentava não observá-los de volta, mas era quase impossível. Nunca fui capaz de ficar muito tempo sem olhar aqueles que me olham. E, bom, quanto mais olhava aqueles olhos, mais me assustava. Não sabia se me olhavam por fascinio, por falta de lugar para olhar ou porque existia alguma coisa estranha em mim. É certo que depois conferi minha imagem no espelho e vi que eu parecia perfeitamente normal, tirando o cabelo ligeiramente bagunçado devido a alguma aula de tédio na escola. Assim, descarto uma das possibilidades e fico apenas com as duas primeiras, esperando, claro, que estivesse a me olhar por falta do que olhar... Por um acaso qualquer. Sei que me desconcentrava, não me deixava pensar em mais nada. Não me deixava pensar na morte da bizerra ou em qualquer outro assunto de mesma importancia. Me assustava. Não gostava de estar assustada. Me sentia indefesa... Até que o trem parou, desembarquei e nunca mais vi aqueles tais olhos.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Could it be so simple...

Sabe, perco a noção de tempo e espaço, é como se estivessemos juntos e o tempo não existisse... e de repente, volto a terra, o tempo retorna e o espaço se alonga, tudo volta ao normal, desperto do sonho, mas o recordo durante as horas despertas de modo estranhamente sorrir a cada lembrança que me vem a mente. O pior é que as lembranças se multiplicam a cada conversa. Já não mais posso ver um arco-íris sem lembra-lo, não consigo sentir o vento sem pensa-lo, não consigo mais ler obras do tio William ou do Machado ou de pessoa que seja, todo detalhe lembra-me dele. O estranho é aqui falo da lembrança como algo não bom e não ruim... na verdade, é assim que é... não é algo bom por fazer-me muitas vezes pensar apenas em mim e a mim relacionar-lo, mas não é algo ruim porque traz-me o sorriso mais sincero que um dia tive... é, é isso .-.

domingo, 21 de novembro de 2010

"Tinha uma pedra no meio do caminho"

Um passo, um passo de cada vez... este é todo o necessário. Um passo que, obviamente, deixa pegadas. Mas tais pegadas não foram feitas para serem vistas por quem as fez. Quem fez as pegadas sabe a quais caminhos ela leva. As pegadas foram feitas para qualquer um que não as fez para que possa escolher segui-las, ignora-las ou evita-las, enquanto caminham... um passo de cada vez, sem pensar no passo seguinte, sem olhar as pegadas passadas, sem a saudade, sem a ansiedade, sem fazer nada por causa de consequencias futuras, fazer o que é acredita ser mais certo, sem fazer nada por saudades passadas, fazer por experiencia. Um passo, um passo de cada vez... este é todo o necessário. Assim eu pensava, assim eu ainda tento pensar. Mas me perco em pensamentos. Não gosto de me perder, quero me encontrar antes que outra pessoa me encontre. Quero me encontrar sozinha, só não consigo. Um passo, depois o outro, me perco no passo seguinte. Vejo duas estradas gigantescas, uma com um milhão de pegadas (algumas, ainda, que fui capaz de reconhecer) e a outra com menos de cem (sendo que eu não conhecia nenhuma). Se eu for com a com mais pegadas, basta pisar onde tantos outros já pisaram. Mesmo que o caminho seja mais difícil, saberei, exatamente, onde posso ou não pisar. Se eu for com a com menos pegadas, não tererei pegadas a seguir, pois as que eu vejo poucas vezes foram seguidas, há menos certezas. Se eu for pelo caminho com mais pegadas, seguirei o caminho de todos os outros, posso me tornar apenas mais uma, ou encontrar no meio das árvores um novo jeito de seguir e me destacar de todos. Se eu for pelo caminho com menos pegadas, corro o risco da incerteza. Não saberei sequer se sobrevivo. Mas não será tão difícil me destacar da maioria.
Um passo, um passo de cada vez... este é todo o necessário. Assim eu pensava, assim eu ainda tento pensar. Por que é tão difícil não pensar nos passos seguintes? Um dia isto foi tão simples, tão fácil...

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Longe daqui...

Longe daqui, em um lugar distante e sem pessoas, uma música continua toca... Tal música seria capaz de acalmar até mesmo a alma do ser mais perturbado. Mas não há ninguém para ser acalmado ali. Longe daqui, em um lugar longiquo e inabitado, o silêncio prevalece em melodias perfeitamente ritmadas. Não existe caos. Não há barulho, nem gritos, tampouco sussurros. E se, por um acaso, algum pequeno ruido surgisse a atrapalhar a bela música, ele poderia se espalhar com calma por todo o espaço que lhe fosse necessário. Não lutaria contra outros sons, se fundiria a música e se tornaria parte dela. Seria um ruido perfeito.
Há pouco tempo, queria viver em um lugar assim... Tranquilo, sem ninguém, sem pessoas gritando em meu ouvido coisas que eu "deveria" fazer, mas que fugiam, completamente, do que eu desejava. Seria um local em paz, sem guerras, pois não haveria ninguém para guerrear.
Tratava-se de um lugar imaginário, de fato. Um local meu, só meu. A primeira coisa só minha que eu teria em toda uma vida. Algo que não era de meus pais, nem de meu país, de minha escola, ou de qualquer coisa que, supostamente, é minha... Mas, claro, não só minha.
Era um lugar onde eu poderia viver para sempre, tranquilamente, alegremente, sem problemas, sem complicações. Poderia, até mesmo, fugir da vida, fugir da morte, egoistamente, sem medo das consequências.
Criei tal local através da escrita. Inventei-lhe um nome, defini-lhe estações do ano, deixei-o belo. E fugia até lá, descrevendo cenas em que eu me encontrava em tal local, toda a vez que encontrava a necessidade de me esconder.
Os dias passavam depressa, as noites mais ainda. Com o tempo, desejei que o imaginário fosse real e o real, imaginário. Repeti, então, a mim mesma esta tal mentira... Uma vez, duas vezes, três vezes... E de tantas vezes que a mentira fora repetida, aceitei-a como verdade.
Passei, assim, a assimilar minha vida à fantasia e a fantasia à vida. De vez em quando, me via obrigada a retornar a realidade... Ia zangada e voltava logo. Quando percebi já estava passando mais tempo em um mundo ficcticio do que no mundo real.
Sabe qual é a pior parte de viver em um mundo que não existe? É que passa-se a também não existir.
Suas ideias, suas angústias, seus medos, suas aflições, suas paixões, seus desejos, sua vida... Enfim, tudo passa a ser apenas um pensamento egoísta feito por você mesmo a você mesmo. Então, você para de conhecer pensamentos alheios, prende-se aos seus próprios por ser sua única opção. E quando volta a realidade (se voltar), descobre que já não mais conhece os que achava conhecer, pois todos mudaram, inclusive você.
Algumas pessoas sonham em altos cargos em empresas, outros em grandes viagens para descobrir o mundo, uns ainda em histórias criadas por pessoas distintas. Todos temos sonhos. Nenhuma vida deve ser feita apenas de sonhos.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Malditas vírgulas!

Falem o que quiserem, façam bico, gritem, joguem água fria... Não mudo de opnião! Vou continuar achando que vírgulas são chatas e chatas demais! Na verdade, são até mais chatas do que acentos. Onde já se viu ter que ficar pensando no que você "quer dizer" antes de escrever só por causa de uma vírgula?
Sabe qual é o pior de tudo isso? O pior de tudo isso é que o sentido da sua frase muda e MUITO usando a vírgula aqui ou acolá. Quer um exemplo? Vejamos...
Maria foi à feira e comprou banana-maçã e pêra?
Maria, foi à feira e comprou banana-maçã e pêra?
Maria, foi à feira e comprou banana, maçã e pêra?
Maria foi à feira e comprou banana, maçã e pêra?
Viram que desgraça? Quatro opções distintas para uma única frase SIMPLES. Imagine isso em um paragrafo com umas 5 frases, que seja... 20 diferentes formas? Agora em um texto... com 6 paragrafos... 120 diferentes formas? É uma desgraça! Para escrever 6 miséros paragrafos: além de pensar no conteúdo do texto... e nos acentos... ainda precisamos pensar em mil e um sentido que o texto pode ter ou deixar de ter por causa de um tracinho torto que colocamos entre as palavras? E isso correndo o risco de sermos mal compreendidos e... talvez até censurados! É um absurdo!
Não entendo como uma vírgula pode ser tão importante. Não entendo. Alguém conhece algum idioma que não use vírgulas... ou melhor... que as vírgulas não mudem tanto o sentido das frases? E que (de preferência) também não tenha tracinhos tortos semelhantes às vírgulas?
Não sei porque nosso idioma precisa ser tão complexo. Acho que estou começando a entender porque tão pouca gente lê e escreve pelo nosso querido Brasil. Requer muito pensamento, muito esforço... E ninguém gosta de se esforçar muito. Não posso negar que alguns gostam MUITO menos.

OBS: Yeah, consegui abolir as vírgulas do meu texto (sem contar com a observação e com os exemplos). Bom, talvez elas não sejam tão importantes assim.

Medo! G.G

Passei anos sem saber, ao certo, o que era, realmente, este tal medo. Chamava, então, toda reação ao desconhecido de medo. Dizia ter medo de andar na rua sozinha, quando, na verdade, tinha ansiedade. Também dizia ter medo de fazer uma prova difícil e, até hoje, não sei se era mesmo o dito medo.
Sabia, apenas, do que dizia minha mãe quando eu era mais nova. Dizia ela, sempre, que o medo era algo bom, pois nos protegia... Deixava os olhos abertos, os pensamentos mais rápidos e, principalmente, melhorava os nossos movimentos.
Em contrapartida, ouvia de quase todos os demais que o medo era algo ruim, indigno! O medo, para tantos, era algo que nos impedia de agir, nos imobilizava, nos sufucava, nos matava, talvez.
Lembro-me até hoje de meu irmão mais velho conversando com os amigos e perguntando a eles se tinham "medinho" disso ou daquilo. Geralmente, os amigos faziam caretas divertidas e diziam que não e, logo, davam um jeito de provar.
Também me recordo das minhas conversas com amigos, quando eu tinha uns sete ou oito ano... Perguntavamos uns aos outros quais eram os maiores medos de cada uma das crianças que estavam conosco e, depois, tentavávamos "combater" os tais medo. Nunca conseguimos. Pelo menos, nunca deu certo para conseguir combater um grande medo meu.
Pensando bem...Eu nunca soube, exatamente, quais são meus grandes medos. Ou melhor dizendo, nunca julguei ter nenhum grande medo. Será que eu deveria ter algum? Um só, se fosse o caso. Todos parecem ter... um grande medo. Se o medo realmente nos protege, como minha mãe dizia... quanto maior for, melhor, não? Um grande medo, então, seria o ideal. Vários medos gigantescos? Melhor ainda. Mas se o medo for como uma doença terrível e indigna, como todos os demais afirmam, não tê-lo deveria ser o melhor de tudo, não? Se assim for, estarei bem.
Só tenho certeza de uma coisa: se Pandora tivesse mais medo, não havia aberto a mal dita caixa.
Todo o resto é incerteza. Estas incertezas parecem dominar minha mente, devorando todos os pensamentos que nascem em vão. Tudo bem...Deve ser apenas o medo do desconhecido.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Deuses...

Quando eu era mais nova, costumava ouvir na escola que Deus era muito, muito poderoso. Falavam-me em algumas aulas que ele era capaz de tudo, até mesmo de criar planetas e, inclusive, que fora ele criara o nosso. Contavam-me, também, que ele era quem definia o futuro das pessoas, e que se fossem boas, teriam seu lugar garantido... Mas que precisava escolher ser bom.

Naquela época, eu estudava em uma escola "marista", melhor dizendo, cristã. Aprendiamos, claro, outras religiões, mas, ao menos uma vez a cada dois meses (se não estou enganada), algumas aulas especificas sobre a religião católica apostolica romana. Nessas aulas, haviam atividades em grupo, leitura de alguns trechos da Bíblia e coisas semelhantes...

Ao terminar o ensino fundamental, mudei de escola. De inicio, assustei-me um pouco com a força que os professores costumavam ensinar. Os metódos eram, extremamente, distintos e, fora isso, eles tinham bem menos tempo para bem mais matéria já que revisavam os conteúdos do fundamental também.

No começo parecia que nada passaria de provas, provas e mais provas... Mas eu estava enganada. Antes parecia que a escola não glorificava nenhum Deus... Mas na verdade, glorificava vários.

Ninguém chamava os tais Deuses de Deuses, davam-lhe outro nome "vestibular" ou "vestibulares" quando tratados no plural. Mas, pelo que os professores nos mostravam, não parecia existir diferença qualquer entre "vestibular" e "deus". Eram apenas palavras distintas para a mesma coisa.

Na escola antiga, precisávamos ser bonzinhos, nos comportar nas aulas, fazer as nossas tarefas e os exercicios e obedecer aos professores para que tivessemos um bom destino escolhido por Deus.

Na escola nova, precisavamos ser bonzinhos nos comportar nas aulas, fazer as nossas tarefas e os exercicios e obedecer aos professores para que tivessemos um bom destino definido pelo vestibular.


Em alguns momentos, na escola antiga, um professor mais religioso dentre os demais (e que não conseguia controlar a sala) dizia "Deus está vendo, Ele sabe de tudo", para nos ameaçar.

Em alguns momentos, na escola nova, um professor mais religioso dentre os demais (e que não conseguia controlar a sala) dizia "Nem quero ver vocês enfrentando o vestibular depois", para nos ameaçar.

A principal diferença é que o Deus da escola antiga era bonzinho (sem aparência definida aos homens), perdoava a todos desde que o erro fosse confessado, enquanto, na escola nova, os Deuses eram mais neutros (com diferenças entre suas personalidades e aparências, alguns maiores, outros mais feios, alguns mau cheirosos e ainda alguns quase desconhecidos), perdoavam os erros apenas se estes fossem recompensados com trabalho em dobro.

Será que existe alguma escola laica ou eu, apenas, tive sorte?

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Saudade!?

Que é este sentimento estranho que vem fazendo com que eu me mate por dentro e deixe de ser eu mesma?
Que é este sentimento vil que me faz viver de lembranças e considerar o passado melhor que o presente?
Que é este sentimento erroneo que esfaqueia meus pensamentos e faz com que eu não consiga pensar nada
Nada além da saudade sentida,
Nada além do passado,
Nada além de que como o presente é distinto desse.
Que é esta ideia torta que me desprende do mundo que, antes, eu gostava de tanto de viver?
E, agora, me vejo, novamente, presa a momentos distantes...
Não sei se me alegro ao tê-lo. Não sei se me alegro ao fingir vê-lo. Só não mais o quero.
Que é este sentimento estranho que não vai embora... Vá embora.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Vingança

Se vingar é quando de alguma forma, você sente que alguma pessoa te prejudicou e quer prejudicá-la... Pode ser para fazer com que ela "aprenda" que o que fez foi errado ou, simplesmente, para sentir o gostinho de vê-la na mesma situação prejudicada que você esteve (ou ainda pior).

Pessoalmente, adoro me vingar das pessoas que fazem algo que não gosto. Geralmente, vinganças silenciosas. Costumo tentar derrubar com o pé pessoas que me empurram no metrô, passar cola errada "sem querer" para pessoas que sempre pedem cola e, com certeza, não tem ideia do que está certo ou errado e por ai vai. Até pouco tempo atrás, achava que a vingança era algo realmente bom... porque tirava aquela sensação de derrota e passava a uma sensação de vitória, talvez como em uma guerra. E só não digo com certeza porque nunca vivi qualquer guerra, apenas vi algumas na escola e em um livro ou outro.

Outro dia, vi uma coisa que considerei terrível em uma comunidade feminina no orkut.

Não vou citar o nome aqui porque considero totalmente desnecessário, mas é óbvio que se, por acaso, alguma menina de lá ler, ficará evidente a situação tratada. Não há problemas quanto a isso também.

No caso, havia um tópico sobre drogas. Um tópico agressivo que defendia com todas as forças que drogas eram coisas ruins! Nem mesmo se davam ao trabalho de explicar o que eram as drogas... Iam logo ao "por que não usar" ou "por que dizer não", não me lembro ao certo e, você sabe como é... estou com preguiça de olhar.

No tal tópico, muitas meninas demonizavam o uso da droga. Sem problemas, direito de expressão. Eis então que uma outra menina começa a defender o uso (também não acho necessário citar nomes). No inicio, é ignorada com sua teoria de que as drogas deveriam ser legalizadas. Mas, mais tarde, ao dizer que gostaria de provar maconha, uma chuva de criticas recaiem sobre ela.

As meninas todas, demonizavam a tal garota. Realmente, falavam dela como se fosse o próprio demonio. Dizia que ela estava entregando sua vida, que precisava medir seus atos, suas consequências e chegaram, até mesmo, a usar palavrões de baixo calão para se referir a situação.

Primeiramente, não entendi, ao certo, o por quê de tal demonização. A guria nem mesmo provou nada. Simplesmente, jogou a ideia ao longe... Falando de uma projeção que fez para o futuro. Não havia feito nada errado. Apenas pensara sobre o assunto, não havia tomado nenhuma decisão. E, em pouco tempo, ela já era "a culpada" pela imagem do Brasil no mundo e, ainda, "a representante" dos usuários de drogas. Fora uma cena ridicula.

O mais ridiculo ainda foi quando entendi o que acontecia para tantos chingamentos e culpa. A menina, creio que percebendo o que acontecia, disse que não gostava de "todos contra uma". Achei que fossem dizer que não estavam contra ela, que estavam preocupadas com a saúde e com o futuro da colega, mas não foi exatamente isso o que ocorreu.

Uma primeira mais corajosa, respondeu, logo, que quando era com esta ninguém tinha dó, todos iam para cima, falavam tudo o que pensavam, sem piedade qualquer. Então, outra embaixo concordou... Veio, depois, mais uma e não sei quantas foram.

Creio que entendi o que se passava. Ao que me parece, todo esse escadalo era, apenas, porque as meninas não gostavam de ser tratadas daquele jeito e, como foram um dia, achavam certo que todas as outras fossem também. No caso, deviam estar só esperando uma chance para afugentar alguém que parecia que ninguém defenderia. Ou, se preferir, esperando para se vingar de qualquer um, mesmo que a pessoa não tivesse culpa qualquer pelo motivo vingado.

Depois decidi entrar na discussão para me vingar do que elas estavam fazendo. Não obtive grandes resultados sozinha. Mais tarde, voltou aquela menina que recebeu a vingança e mais uma com pensamentos semelhantes e a discussão ficou equilíbrada. Mas esta parte não importa, realmente, para o assunto tratado. Vamos ao que interessa...

É possível que as meninas estivessem fazendo isso para não se sentirem derrotadas e, sim, vitoriosas. Mas fico imaginando se tudo no mundo acontecesse assim... Sabe, tudo bem querer se vingar da Alemanha porque a Alemanha ganhou seus territórios. Mas imagina se querem se vingar da França porque a Alemanha ganhou territórios. É irracional demais.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Sol

Não é um texto atual, mas o encontrei em meus arquivos recentemente e decidi postar.

Sol: Uma doce menina presa dentro de uma torre gigantesca dentre muros enormes... cães de guarda e cercas elétricas.

"Procuro uma saída para este labirinto gigantesco que, supostamente, foi criado para minha proteção. Mas sabe... Cansei de ser protegida.

Só quero fugir desta bolha gigantesca. Quero ver o mundo que todos me dizem existir lá fora...

Acreditam que me contaram que lá fora , posso sentir o vento a bagunçar meus cabelos e a chuva a tocar minha pele?

Como será senti-los em contato com o meu corpo? Bom, me disseram, ainda, que, depois dos muros, existe muita Terra e pessoas muito diferentes de mim.

Fico a imaginar como são essas pessoas... Se são gigantes vivendo em pés de feijão... daqueles que nunca descem à terra em que vivo... ou, então, duendes pequenos, fofos e sedutores chorando insistidamente "Venham comprar. Venham comprar".

Talvez, existam bruxos estudando, secretamente, em uma escola mágica e chamando-nos de "trouxas". Quem sabe não são Deuses poderosos que vivem influenciando as águas, e tudo o que há em minha volta? E se forem? Seria bom que eu soubesse, não?

Alguém sabe como saio deste labirinto? Alguém me ajuda a achar a agulha de algum palheiro (afinal, só devem existir agulhas ali, pelo que dizem, não?) para estourar a bolha que me envolve? Podem trazer o cavalo de tróia para aqueles que estão aqui dentro destruirem o muro? Ou devo ser forte e conseguir alcançar meus objetos sem nenhuma ajuda?

Mundo, me aguarde! Estou, quase, chegando até você"

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A paixão é uma droga!

Vai dizer que não? Depois que se prova uma vez, pronto! Já se quer ter mais um pouquinho... E de pouquinho em pouquinho, se torna muito. De modo que quanto mais se tem, mais se quer... Sendo que nunca se tem tudo, sempre se precisa de mais um pouquinho...
Dizem alguns que a paixão acaba depois do casamento e dai em diante, vira-se amor. Não creio muito nisso. Sabe por quê? Quando se vicia em algo, não importa como, é extremamente complicado sair do vicio, não? E se a paixão nada mais é do que um vicio, por que seria tão fácil se livrar dela com o casamento? Fora isso, imagine se alguém se apaixona por você, mas você não quer nada com a pessoa... Qual seria a solução? Casamento, pronto, acabou-se a paixão. Mas é mesmo assim que funciona? Creio que não. Caso contrário, mais e mais pessoas já teriam usado e abusado disto... Poderia ser um grande segredo passado de geração em geração, quem sabe? Não. Com certeza, não.
É certo que algumas pessoas desejam se apaixonar para sentir o que tanto os outros dizem sentir... Sabe, se sentir nas núvens, passar noites em claro sorrindo a pensar naquela pessoa, sorrir bobamente em função de qualquer detalhezinho da vida, se derreter com a palavra "amor", para esquecer os problemas, para viver uma experiencia inesquecivel, perder a timidez e por ai vai...
Outras pessoas, querem se apaixonar para agir como todos os outros. No caso dos mais novos, para ser como os mais velhos. No caso dos mais velhos, para agir como mais novos. E no caso de pessoas na faixa de idade ideal (conceito de idade ideal definida pela própria pessoa), para agir como os da mesma idade.
E quais são mesmo os motivos para as pessoas consumirem drogas?
Alguns, preferem não contar a ninguém sobre as paixões. Outros, ainda, optam por contar só para os amigos, evitar falar com os pais ou com os filhos. Tem uns que contam a todos. E, ainda aqueles, que contam para o melhor amigo e para os demais se calam.
Quase todos alegam que a paixão altera o corpo. Reza a lenda que faz o cabelo ficar mais brilhante porque estimula a produção de alguma coisa... Muitos falam que doenças são previnidas com a paixão. Existem pessoas que afirmam, com certeza, que o corpo percebe quando se está apaixonado(a) e responde para cada organismo de uma maneira distinta.
Drogas alteram o metabolismo?
E quantas foram as pessoas que você já conheceu que quiseram parar de "inalar/sentir" a paixão?
Existe gente querendo sair do vicio? Qual é a real diferença entre a paixão e a droga?
A paixão é, realmente, uma droga. Se te oferecerem, recuse, menos em casos de recomendação médica. Caso contrário, quando menos esperar vai estar preso(a) ao vicio e, muito provavelmente, não consiguirá se libertar.
Maldito vicio.

Final Feliz

Diga-me, então, o que é um final feliz? Alias, vamos começar, aos poucos. O que é um final? Uma finalidade? Não, não trata-se de uma finalidade. Se se tratasse, seria retórico. Afinal, toda finalidade é feliz! E se não é feliz, não é finalidade.O final feliz é o momento em que o principe salva a princesa? Somente nos contos de fadas. Na vida real, o "fim da história" não chega junto ao fim das complicações e problemas, pelo contrário. Na vida real, nunca há o fim das complicações de dos problemas. Tudo possui um porém.Depois do principe salvar a princesa, ele ainda precisa seguir o caminho de seu castelo. Será que no caminho não havia nenhuma complicação? Depois do casamento, vem os filhos, as responsabilidades aumentam. Será tudo um mar de rosas? Não mesmo.O único modo possível de se ter o "final da história" é morrendo. E isso, apenas, se você acreditar que não há nada após a vida. Ou seja, não acreditar em plano espiritual, nem em céu, ou inferno, ou reencarnação. O "final da história" viria, apenas, se depois da morte, o corpo, apenas, se juntasse a natureza e qualquer consciência de vida daquele ser sumisse.Pois bem, o final feliz não é como nos contos de fadas. Vamos concordar que no final dos contos de fadas, os bonzinnhos não morrem, os bonzinhos vivem.O que é o final feliz?, me perguntaria alguém. Não sei o que é e, justamente, por isso, não creio que ele esteja me esperando. Alias, acho inutil saber que algo que nem sei como é me espera... é, praticamente, o mesmo que não saber o que me espera.