terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Viva cada dia como se fosse o último...
Escrito por
triice mayumi
às
13:54
Se hoje fosse o último dia de minha vida, amanhã meus pais estariam tristes, talvez uns poucos amigos também... E, então, diriam algo como "Ah, eu me lembro, brevemente, de como ela era", se quisessem ser verdadeiros. Se não, falariam algo mais dramático, talvez algo como... "Quanta saudades... Por quê, oh, Por quê?" Mas eu prefeririria que fossem falsos. Sabe, cresci vivendo das aparências... Vivi sabendo que os vizinhos não podiam saber disto ou daquilo e que uma coisa descoberta pode ser capaz de acabar com uma vida. E para manter as boas imagens, aqueles que me ensinaram a ser assim diziam com firmeza "Ninguém está preocupado com o que você faz ou deixa de fazer, seja do seu jeito para que as pessoas gostem de você do jeito que é", mas eu sempre soube que faziam isso para manter as aparências. Costumava fingir não saber... Não era bom que pensassem que eu sabia. Amanhã, uns colegas de escola descobririam meu fim e, talvez, ainda uns professores... Comentariam coisas possitivas para não falar mal de quem não pode se defender, quando na verdade, nem se lembrariam direito quem eu era. Todavia, precisavam se mostrar compreensíveis e sentimentais. Nos filmes, nas novelas e, até nos livros, as pessoas sentimentais são sempre as mais boazinhas, as mais aceitas moralmente... Enfim, as melhores. Todas as pessoas querem parecer melhores. Afinal, as outras pessoas poderiam acreditar e isso daria muito prestígio a todos. Amanhã, quase ninguém saberia ao certo como sou, porque nunca fui capaz de fugir das meras aparências, mas me generalizariam e me tratariam como todos os demais cadáveres. Apenas as pessoas poucas que deixei ler meus textos mais intimos, em mostras particulares, ou que deixei escapar uma conversa mais séria, saberiam como sou, o que sinto em relação a cada uma das coisas do mundo... Apenas aquelas pessoas poucas a que fui capaz de me abrir, que fui capaz de mostrar como me comporto nos mundos imaginários que criei através da escrita e que, ainda, me conheceram no mundo real que... ainda não sei quem criou, tampouco como. Talvez, essas poucas pessoas pudessem lembrar de mim com saudade, sem falsidade... Essas seriam as únicas pessoas que eu não me importaria que fossem verdadeiras após minha morte, pois tive delas a verdade por toda uma vida e não estranharia de qualquer forma, alias, estranharia se fizessem o contrário. Se hoje fosse o meu último dia, eu pensaria no amanhã mais do que nunca, pois seria o amanhã mais incerto de todos os meus dias de vida. Se hoje fosse o meu último dia, eu criticaria a todos... publica e secretamente, ao mesmo tempo... Daria um jeito de tornar pública minha opinião sobre cada um. Mas secreta e sem citar nomes, para que eu não deixasse raiva que impossível de ser descontada.
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